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Máscaras de tecido devem ser usadas de modo correto

Professora do curso de Enfermagem aponta diferenças entre as de tecido e hospitalares, além da finalidade deste uso

Desde o dia 17 de abril, o uso de máscaras faciais ao sair às ruas foi oficialmente decretado pelo Prefeito, Vanderlei Borges de Carvalho, em virtude da intensificação de medidas preventivas de contágio do novo coronavírus.

Porém, ao contrário do que se imagina, elas não protegem contra o Covid-19 e Lia Bissoli Malaman, professora do curso de Enfermagem da UniFAE e ex-diretora do Departamento de Saúde,  esclarece a respeito destes acessórios.

Diferentemente das máscaras N 95, usadas por profissionais de saúde, as de tecido ou ‘caseiras’, segundo Lia, não protegem o usuário, apenas impedem que gotículas que porventura contenham vírus atinjam quem se aproxima dele.

“É muito perigoso você ter a sensação falsa de que uma máscara caseira, de pano, está te protegendo. Ela não está. A única máscara que garante proteção a você é a N 95, de uso estritamente hospitalar. Essas de pano vão proteger o outro de mim. Se todo mundo usar, todos vão estar protegidos, porque ela vai ‘brecar’ as emissões maiores de partículas e gotículas de vírus que o outro pode lançar no ar, ao estar em contato comigo, mas ela não segura aerossóis”,  aponta a professora de enfermagem.

Lia destaca que a distância de no mínimo 1,5 m entre as pessoas precisa ser respeitada, mesmo com o uso de máscara. Logo, usá-las não é motivo para frequentar aglomerações.

“Usa-se a máscara para proteger o outro da emissão de partículas e gotículas que eu possa ter. Muitas pessoas podem ter coronavírus e não apresentar sintoma nenhum. Mas transmitem a doença para outras pessoas. Por exemplo, eu posso estar contaminada e não ter noção, não ter sintoma e transmiti-lo. Por isso é importante que, aonde eu for, eu use máscara para proteger o outro”, reforça.

A professora ressalta que é preciso muito cuidado na colocação e retirada das máscaras, pois, se não realizadas adequadamente, isso pode provocar o efeito contrário, ou seja, contaminar.

Por isso é tão importante seguir as instruções de manuseio destes acessórios.

 “Existe a com dupla camada de tecido de algodão, muito comum no mercado; e uma outra, que é o modelo que a Universidade Federal de São Carlos recomenda e que tem um bolsinho onde se coloca um papel ultra filtrante, misto de TNT com papel toalha, e que vai absorver melhor partículas e gotículas, sendo que nenhuma máscara protege contra aerossóis”, diz Lia. 

E orienta que deve-se colocar o papel toalha nesta máscara, pegá-la pelo elástico e colocá-la no rosto.

“Tanto a minha mão como a máscara estão absolutamente limpas, então eu posso tocar nesta máscara e tocar no meu rosto, até me adequar. Lembre-se que vocês vão ficar com ela por 3 horas, sem colocá-la no queixo, sem colocar a mão, sem encostar nela. Então é importante que ela esteja confortável. Ajeite no seu rosto da melhor maneira possível”,  aconselha a professora, completando que  deve-se garantir que a máscara cubra todo o queixo e todo o nariz, ao mesmo tempo em que o usuário sinta-se confortável.

Lia também observa que, a cada 3 horas, a máscara precisa ser trocada.

“Pego um desses saquinhos plásticos, deixo-o aberto em cima de uma mesa e, com os dois dedos mínimos, puxo por trás o elástico, deixando-os paralelos (um sobre o outro), posso pegar o papel que está dentro e imediatamente colocá-lo no lixo. E vou por a máscara usada no saquinho, em seguida levar para fazer a lavagem adequada, na minha casa. Um litro de água para 2 colheres (sopa) de hipoclorito ou água sanitária são ideais. Também posso deixar imersa em sabão em pó, por 30 minutos e depois esfregar, desde que seque no sol”,  finaliza.

(créditos imagem: Prefeitura Municipal – São João da Boa Vista)