Festas Juninas não serão realizadas mas relembradas
Pandemia também suspendeu tais festividades mas São João Prev recorda as dos anos anteriores
Mês de junho sempre é sinônimo de Festas Juninas, que trazem consigo alegria, músicas, comidas típicas, aroma de vinho quente ou quentão e brincadeiras, que espantam o friozinho próprio do final de outono e início de inverno.
Porém, em 2020, com a pandemia do novo coronavírus, esta festividade também foi suspensa e o que resta a todos que gostam dela é recordar as dos anos anteriores, preparando-se para as dos próximos, na esperança de que, em 2021, tudo possa voltar ao normal.
O São João Prev fez isso e está disponibilizando em suas redes sociais (Facebook e Instagram), um pouco do que rolou nas Festas Juninas nos anos 2016, 2017 e 2019.
A equipe do Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Município de São João da Boa Vista sabe que o momento é de cuidado, principalmente porque é a saúde – dos seus segurados e a deles- que está em jogo. Acompanhe e se alegre pelas fotos, pois em 2021, voltamos às Festas Juninas, seguros e felizes.
Um Pouco de história
Festas Juninas têm, por princípio, a ideia de celebrar Santo Antônio, São João e São Pedro, cujos dias são celebrados respectivamente, em 13, 24 e 30 de junho.
Daniela Leopoldino da Silva, professora de Antropologia Cultural, no 3º semestre do curso de Comunicação, na UniFAE, esclareceu algumas curiosidades sobre a Festa.
“Falar sobre Festa Junina nos remete a um ambiente ‘caipira’, que nos coloca em contato com tradições como dançar a quadrilha, comer quitutes típicos, como doces à base de amendoim, bolo de fubá, batata doce assada e pipoca. Encanta as crianças com brincadeiras -como a pescaria e a caixa surpresa-, e os mais velhos com a conversa em volta da fogueira, bebendo quentão e vinho quente, após rezarem o terço para os santos homenageados”, destaca Daniela, citando ainda as caracterizações no figurino (trajes típicos xadrez, vestidos de chita, chapéu de palha e de trança) e o tradicional e ingênuo correio elegante, enviado durante a quermesse.
A professora de Antropologia Cultural enfatiza que, apesar de parecer tipicamente brasileira, a Festa Junina recebeu influência de algumas tradições que eram realizadas no hemisfério norte, para celebrar o dia mais longo do ano, na intenção de pedir fartura e prosperidade nas próximas colheitas.
“Existem relatos de que os povos indígenas que habitavam o Brasil, antes da chegada dos colonizadores portugueses, também praticavam rituais semelhantes, com cantos e danças típicos de sua cultura. Com a chegada das missões jesuítas, acredita-se que essas festividades foram se mesclando a alguns elementos culturais e religiosos, até evoluírem para o estilo de Festa Junina que é comemorada atualmente”, comenta ela.
O nosso arraial, portanto, é uma mistura de tradições -- a quadrilha, com sua origem nos salões de baile das cortes francesas; a homenagem aos santos Antônio (13/06), João (24/06) e Pedro (29/06), provenientes da religião católica, entre outras influências multiculturais.
“As imagens dos santos católicos estão presentes em mastros, sob a forma de bandeiras. Também são feitas muitas simpatias que envolvem pedidos aos mesmos, sobretudo, Santo Antônio, considerado por muitas mulheres, como o santo casamenteiro”, diz Daniela.
E completa que, no Brasil, apesar destas festividades serem comemoradas em grande parte do território nacional, o destaque fica para as do Nordeste brasileiro, com seus ritmos e culinária típica que encantam a todos os visitantes. Nas cidades de Campina Grande (Paraíba) e Caruaru (Pernambuco), são realizados inclusive campeonatos de quadrilha, que movimentam os moradores locais.
“Em outros países do mundo, a comemoração acontece ainda como forma de marcar o início do verão (solstício de verão) e as festas pagãs, como expressão de um novo ciclo. É o caso de países como Alemanha, Dinamarca, Finlândia, Polônia e Portugal”, pontua a professora.
Daniela deixa a reflexão de que reviver tais atividades, anualmente, faz com que tornemos a tradição sempre viva e presente.
“Representa a renovação do mito. Para a cultura, de modo geral, isso apresenta um forte significado, relembrar antigos costumes e passá-los para frente, de geração a geração, colaborando para a preservação da cultura e das tradições de nosso país”, finaliza.